terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Nós, os nobres, nós, os bons, os belos, os felizes!"

Erros da natureza e nada mais!
Espíritos como o meu jamais poderiam ser um acerto
Pois o egoísmo de flor que em mim late
Assim como lateu naquele poeta
Só podem existir por erros
Enganos, uma pitada a mais que mata.

Por quê? Como poderia eu ser isso?
Simples!: um pássaro come uma borboleta
uma aranha come uma borboleta
uma lacraia come uma borboleta
eu como uma borboleta
E cadê a comiseração que chora?

Não, não poderia culpá-la, não.
Como poderia ser diferente se eu sou o que sou?
Se eu fosse um outro, eu choraria pelas queimaduras,
teria muito medo dos monstros que comigo dormem com gargalhadas infantis,
ajoelhar-me-ia perante o poder que me coage arenoso.
Ah! quem dera a natureza cometê-los.

Aí, não seria mais natureza.

Felipe Pacheco.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Gravidade que nem existe

Havia um inseto
E havia um chinelo
Que surrou-lhe a face

O rapaz que esse ato fez
Sentiu-se feliz ao ver
O inseto cambaleante

Recostou a cabeça no armário
Fixou-a nos braços, sentindo o trabalho
De aguentar o peso da vida entrequebrando-se

Por pura brincadeira.

Felipe Pacheco.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Corpo

Foi com professores impossíveis
Que meu corpo, enfim, tornou-se desvalorizado
Enfim se tornou corpo.

Felipe Pacheco.