"Olho semicerrado num sono sem noite
Outrora de um instante hoje ao
amanhã
Sem astros, sensciente de meu
cerne, o chão
Da ínsula sem onde infuso, uma
empola.
Busca do que eu fui, perco-me,
mente sã,
Daquele que em outrora expira sendo
outro.
Domicílios sem alma, estância sem
corpo
Na memória de todos; — há vozes
passando.
Errando neste solo, um sequer
assomo,
Sem fito algum lançado no espanto
de arroubo,
Provido sem destino e sem deus à
mão.
Cingido em mim ausculto a paisagem
louçã
Emerso em cinza e azul de mim para
mim vão.
Vendo sem ser visto; — sem saber
quem, estou."