A pompa era o escurecer-se dentro do quarto,
em que sentou-se, quietinho, o garoto.
E quando a mãe entrou como em sonho
vibrou um copo no silencioso armário.
Ela sentiu o quarto a aprisionando,
e beijava o seu garoto: Você está aqui?...
Então ao piano olharam aflitos,
pois há noites em que ela a ele ia cantando,
à criança prendendo estranha e profunda.
Sentou-se. Seu grande olhar agarrava
a mão da mãe, que muito torcida estava
como se em um monte de neve se afunda
pesada, em teclas brancas junta.
Rainer Maria Rilke
Tradução: Felipe Pacheco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário